IBIRACATU

IBIRACATU-MG

        A atual cidade de Ibiracatu, recebeu este nome em 1925, apesar de recente, tem uma história que remonta há muitos anos atrás. A começar pelo seu nome, que no início era Gameleira, nome adotado pelos seus primeiros moradores, devido à alta quantidade dessa espécie de árvores existente no local. Segundo relatos dos moradores da antiga Gameleira, o nome foi revisto por Padre Joaquim Gangana, que veio exercer apostolado nessa região, por saber da existência de outra comunidade com o nome de Gameleira em Minas Gerais, sugeriu o nome “Ibiracatu,” originada da língua indígena Tupi que quer dizer “árvore boa.”

        Desde os seus primórdios teve sua economia baseada na agropecuária, com terras férteis, destacava-se na região o plantio do feijão, do algodão, da mamona. Tinha-se também, as plantações de banana caturra, cana caiana para fabricação de rapaduras e plantações de fumo, fava, feijão milho, laranja, amendoim, café, gergelim, arroz nos brejo entre outros.

        Destacamos também na região a pecuária baseada na criação de porcos para o toucinho e fabricação da linguiça, conhecida ainda hoje como uma das melhores da região, que deu origem a tradicional Festa da Linguiça, evento comemorado no mês de agosto, Junto com os festejos do Bom Jesus e Santo Antônio, festejos religiosos celebrados anualmente. Tinha ainda, a criação de gado de corte pelos agropecuaristas, que eram evidenciadas durante as invernadas.

        Ibiracatu, inicialmente era apenas um povoado da cidade de São João da Ponte, que em 1962 tornou-se distrito da cidade de Varzelândia-MG. Assim, como vários outros distritos e povoados, Ibiracatu sofria com a ausência do governo e com a má distribuição de renda, causada por diversos motivos, como a distância da cidade administrativa, dificuldade de acesso, recursos econômicos, dentre outros.

        Em fins de 1988 com o surgimento de demandas dos movimentos emancipacionistas, com o interesse e ajuda de deputados, os distritos se prepararam para um possível desmembramento do município sede. Varzelândia por fazer parte destas cidades que tinha muitos distritos e um amplo território, neste período, entrou com dois pedidos de emancipação: Verdelândia e Ibiracatu.

        Para dar início aos trabalhos processuais de emancipação, no dia 26 de junho de 1994 foi realizada uma reunião na Igreja local do distrito de Ibiracatu, Município de Varzelândia com o objetivo de criar a comissão de emancipação, em 19 de outubro de 1995 a Comissão Emancipatória do distrito de Ibiracatu, presidida por José Fagundes Neto, enviou a Comarca Eleitoral de São João da Ponte um requerimento para a autorização do transporte de eleitores para a eleição plebiscitária que ocorreu nos distritos de Ibiracatu, Bonança, Campo Alegre, e nos povoados de Vertente e Traspassa.

        No dia 22 de outubro de 1995 foi então, realizado o Plebiscito com toda a população para que ela decidisse ou não pela emancipação. Participaram da votação os eleitores de Varzelândia e todos os seus distritos e povoados.

        Em 21 de dezembro de 1995, foi criado o município de Ibiracatu, com uma população estimada na época, segundo o IBGE de 5.039 habitantes e teve como primeiro prefeito o Sr. José Fagundes Neto.

        Hoje (2021), Ibiracatu tem uma população em torno de seis mil duzentos e sessenta habitantes, cuja religiosidade tem sido demonstrada pelo próprio calendário anual. Celebram em junho o Padroeiro de Santo Antônio de Pádua e em agosto é Celebrada a festa do Senhor Bom Jesus.

        Ibiracatu, até o presente momento, teve como representantes do executivo, José Fagundes Neto (por um mandato), Orivaldo Alves de Oliveira (dois mandatos), Joel Ferreira Lima (dois mandatos),  José Amador Mendes da Silva ( prefeito interino por um ano) Arlis Soares Coutinho, atual Prefeito reeleito da cidade.

Fonte:

Silva, Tatielle Costa “A TERRA DOS MEUS SONHOS”: Padre José Silveira e a formação político-social de Ibiracatu (1960-1990) Montes Claros/MG,2017